O preço dos vinhos sempre atrai a atenção dos curiosos de plantão. Há vinhos de R$ 50, há vinhos de R$ 250.000. A variação de preços é realmente absurda. Então, o que eleva o preço do produto? A marca? A elaboração? O cultivo? O Terroir? A safra? Bom, esses e outros fatores estão envolvidos no valor final da bebida. Marco Antonio Carbonari, dono da vinícola Villa Santa Maria explica mais sobre o assunto. Confira.
- Lei da oferta e demanda: Como outros mercados, o vinho também muda com a demanda e a oferta. Isso significa que, enquanto os consumidores tiverem demanda, quanto maior for a demanda por uma determinada etiqueta, mais cara ela será e permanecerá. Por exemplo, há muito mais brasileiros procurando pelos vinhos Argentinos do que pelos Nacionais, logo, o vinho argentino chegará no Brasil com valor muito mais alto do que os próprios vinhos nacionais. O valor não significa que os vinhos são ruins, mas que seu preço tem o custo da popularidade da marca embutido.
- Rendimentos: Os produtores de vinho podem optar por usar rendimentos mais baixos ou mais altos nos vinhedos para a produção. Marco Antonio Carbonari explica que rendimento é uma expressão usada para avaliar o número de uvas ou a quantidade de suco de uva dividido por área geográfica. Isso ajuda a garantir o uso de uvas deliciosas. Por exemplo, em um determinado momento, o produtor pode escolher cachos de uva mais robustas para equilibrar a vitalidade e o rendimento das plantas, para que os cachos restantes possam concentrar mais nutrientes. Estas uvas ficarão mais saborosas, com um teor de açúcar e acidez mais equilibrados, o que, em muitos casos, não acontece quando existem vários cachos de uvas na mesma vinha.
- Processo nas barricas: A maioria dos vinhos mais caros é envelhecida em barris de madeira. O carvalho é uma madeira amplamente utilizada e um material de alto custo, principalmente se originado na França. Cada barriga, hoje, custa em torno de R$ 3.000 reais para o produtor (as mais simples). Além disso, o tempo de descanso despendido pela bebida, quando necessário, também afetará seu valor final.
- Colheita: A colheita artificial também é um dos processos que interfere nas características do produto final. Marco Antonio Carbonari diz que, comumente, os vinhos mais caros são feitos de uvas colhidas manualmente, em vez de maquinaria agrícola. Isso porque, nesse momento, os trabalhadores escolhem primeiro as uvas maduras e saudáveis, o que é diferente das máquinas, que não podem fazer essa triagem. Esta manutenção melhora a qualidade do vinho, razão pela qual a adega costuma fazer menção no rótulo do vinho.