Paulo Roberto Gomes Fernandes conduziu, em 2024, a Liderroll a mais um marco na engenharia de dutos, com a aprovação, pelos Estados Unidos, de uma nova patente para um sistema inteligente de lançamento de tubos flexíveis em ambiente offshore. A conquista veio em uma semana simbólica para o setor, às vésperas de um dos principais encontros da indústria de petróleo na América Latina, e consolida a empresa brasileira como referência mundial em soluções para instalação de linhas submarinas.
Reconhecimento da engenharia brasileira
Segundo Paulo Roberto Gomes Fernandes, essa terceira patente concedida pelas autoridades de propriedade industrial dos Estados Unidos representa muito mais do que um resultado empresarial. Na avaliação do executivo, trata-se de uma vitória da engenharia criativa brasileira, alcançada sem apoio de órgãos públicos de fomento e financiada integralmente com recursos próprios da Liderroll, desde o planejamento até a construção dos modelos de teste.
O processo no órgão americano é reconhecido por ser simultaneamente rápido e extremamente rigoroso. Para obter a concessão, foi necessário demonstrar, em detalhe, que a concepção do equipamento e a metodologia construtiva não apenas atendem a requisitos técnicos elevados, como também são inteiramente inéditas em escala mundial. Como ressalta Paulo Roberto Gomes Fernandes, esse grau de escrutínio torna improvável que outros escritórios de patentes, inclusive o brasileiro, cheguem a conclusão diferente depois de os Estados Unidos reconhecerem a originalidade da invenção.
Como o sistema automatizado transforma o lançamento de tubos flexíveis
O coração da nova patente é um sistema totalmente automatizado, concebido para pré-fabricar e lançar grandes extensões de tubos flexíveis ou rígidos de forma contínua. Em vez de depender da soldagem sucessiva de tramos de algumas centenas de metros em bases a céu aberto, o método estrutura toda a linha em um loop fechado apoiado sobre magazines de suportes com roletes motrizes lineares, pronto para ser puxado pelo navio de lançamento em um único ciclo.
Na prática, isso significa que embarcações com grande capacidade de carretel, como o Pioneering Spirit, podem receber de uma vez só dezenas de quilômetros de duto já soldados, inspecionados e liberados para operação. Pelo modelo tradicional, o navio permanece parado na base aguardando que equipes em terra manipulem pilhas de tubos, façam soldas, inspeções e movimentações com guindastes e escavadeiras, sempre sujeitos a chuva, vento, raios e demais condições climáticas.
Na leitura de Paulo Roberto Gomes Fernandes, esse formato convencional não apenas consome tempo e recursos como eleva o risco de acidentes graves em operações de movimentação e soldagem. Ao concentrar a pré-fabricação em uma linha automatizada e reduzir a intervenção manual em campo, o novo sistema diminui drasticamente o tempo de permanência das embarcações em bases de carregamento e torna o processo mais previsível, seguro e competitivo.
Ganhos de segurança, logística e uso de inteligência artificial
Outro ponto enfatizado por Paulo Roberto Gomes Fernandes é o impacto da automação na gestão de riscos. Durante a construção dos tramos, toda a movimentação dos tubos passa a ser feita por pontes rolantes sincronizadas ao longo da tubovia de pré-construção, eliminando a dependência de escavadeiras em terrenos instáveis e reduzindo a exposição de operadores a situações de perigo.
O sistema é monitorado por um conjunto de câmeras e sensores que alimentam imagens e dados em tempo real para uma plataforma de supervisão. Parâmetros pré-programados permitem identificar anomalias e orientar ajustes automáticos, com apoio de recursos de inteligência artificial que auxiliam na tomada de decisão.
Do ponto de vista de infraestrutura física, a solução também representa um avanço. Como parte da lógica do sistema é “subir” a tubovia e os magazines de suportes, a área necessária para implantação de uma spool base pode ser reduzida em mais de 50%, graças a um arranjo que utiliza melhor o espaço vertical.
Portfólio de patentes e efeitos para o futuro da Liderroll
A nova patente nos Estados Unidos soma-se a outras proteções já concedidas à Liderroll, reforçando o posicionamento global da empresa. Entre elas estão as soluções para lançamento de dutos em ambientes confinados, como túneis de grande extensão e inclinação, e os suportes modulares côncavos para túneis circulares construídos por TBM, aplicados em projetos como o Gasduc III e o Gastau.
Ao apresentar esse conjunto de inovações, Paulo Roberto Gomes Fernandes destaca que o objetivo é sempre combinar ganhos econômicos, redução de prazos e aumento de segurança, tanto para trabalhadores quanto para o meio ambiente. A aprovação do sistema inteligente de lançamento de tubos flexíveis nos Estados Unidos confirma a maturidade dessa trajetória tecnológica e abre espaço para novos contratos em projetos offshore complexos.
Autor: Twzden Ludwig
