A safra de soja em Carazinho, no Rio Grande do Sul, já foi praticamente toda colhida antes das chuvas intensas atingirem o Estado, segundo o vice-presidente do Sindicato Rural do Município, Paulo Vargas. Ele explica que, entretanto, com o encharcamento do solo, muitos produtores não conseguiram semear a cobertura, que ajuda a impedir a erosão.
“Praticamente não dá para chegar para ver a situação do solo, para fazer uma análise. Também não dá para escoar a produção, já que as estradas estão prejudicadas e a maioria das indústrias processadoras estão na região metropolitana do Estado, muito devastada pelas enchentes”, aponta. Vargas conta também sobre áreas de enchentes em que armazéns e silos não suportaram a força da água e romperam, ou locais em que os grãos estão apodrecendo.
Sobre o planejamento da safra de inverno, Vargas destaca que há incerteza, uma vez que é necessário fazer a dessecação dos talhões, o que não é possível com chuva ou com o solo encharcado, que dificulta a entrada das máquinas, e também devido ao atraso da chegada dos insumos, seja devido à suspensão de atividades portuárias ou por dificuldades logísticas pela malha rodoviária.