Polícia Civil e Polícia Federal cumpriram mandados em Alvorada e Cachoeirinha. Empresa é suspeita de direcionamento de licitações e combinação de preços entre empresários e agentes públicos.
A Polícia Civil e a Polícia Federal (PF) cumpriram, na quinta-feira (14), mandados contra uma empresa de tecnologia suspeita de corrupção em contratos firmados com municípios do Rio Grande do Sul.
A Smart Tecnologia em Comunicações, com sede em Lajeado, teria firmado contratos com suspeita de direcionamento de licitações e indícios de combinação entre empresários e agentes públicos em Alvorada e Cachoeirinha, na Região Metropolitana. Entenda cada caso abaixo.
A empresa pertence a Ricardo Giovanella Neto, que, segundo as investigações, esteve à frente das negociações com servidores públicos.
A RBS TV não conseguiu localizar a defesa da empresa.
Alvorada
Em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a Polícia Civil prendeu temporariamente o secretário de Administração, Luiz Carlos Telles Lopes, e o coordenador de TI da prefeitura, Fernando Maciel. A prisão é válida por cinco dias. Ambos ficaram em silêncio durante depoimento. A RBS TV não localizou os advogados dos investigados.
A polícia suspeita de irregularidades no contrato para a implementação de uma rede de fibra ótica e de videomonitoramento com elevação de 1.700% no preço do serviço. O negócio, que tinha valor inicial de R$ 23 milhões de reais, foi recebendo novas cláusulas com alterações no contrato original. O preço final ficou em R$ 396,5 milhões.
A operação teve como base a denúncia de um empresário que revelou ter recebido uma proposta para não contestar os resultados das licitações.
“Ele recebeu uma espécie de coação de funcionários públicos da Prefeitura de Alvorada, condicionando um outro contrato que ele tinha com o município à desistência desses pleitos”, diz o delegado Augusto Zenon.
A Polícia Civil informou que o prefeito, José Appolo (MDB) não é alvo da investigação. A Prefeitura de Alvorada disse que está à disposição para colaborar com as investigações e que vai tomar medidas cabíveis caso as irregularidades sejam confirmadas.
Cachoeirinha
Em Cachoeirinha, também na Região Metropolitana, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura. O inquérito investiga a compra de 321 telas interativas para escolas do município, com o custo de R$ 10,2 milhões.
A investigação da PF apura indícios de desvio de recursos públicos, crimes licitatórios e corrupção ativa e passiva.
Um dos alvos foi o prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wassen (MDB). Em uma nota, o prefeito informou que “abriu a casa para o processo natural de averiguação” e que agiu assim por “ter plena certeza de que nada deve e nem tem a esconder”.
A Prefeitura de Cachoeirinha informou que “os fatos objeto da operação de hoje são de mandato anterior”.