Para o advogado geral da União, a desinformação é gerada com propósitos e tem atrapalhado a ação do Poder Público
O advogado geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta segunda-feira, 20, que, por trás, das notícias falsas que circulam a respeito da situação de calamidade que se encontra o Rio Grande do Sul, “existe uma estratégia de desinformação com objetivos muito claros. Primeiro, a utilização das informações falsas para obter ganhos políticos e eleitorais”. Ele também apontou interesse no “ganho financeiro, porque muito dos conteúdos são monetizados”.
A fala fez parte do discurso de Messias no seminário internacional “Desafios e impacto da Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos”, no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o ministro, as informações falsas têm gerado problemas para a população gaúcha, que começa a não mais acreditar no Estado e nas fontes que querem ajudar. O Poder Público enfrenta dificuldades para alcançar essas pessoas, “principalmente no salvamento, na assistência sanitária, na assistência nutricional e na assistência psicológica à própria população do Rio Grande do Sul”, declarou.
Para o AGU, essa desinformação tem o propósito claro de manipulação política, principalmente por estarmos em ano eleitoral. Ele lembra que situação similar ocorreu durante a pandemia da Covid-19 e nas últimas eleições presidenciais.
Messias também destacou como o acesso à informação é um direito fundamental, assim como a liberdade de expressão. E, o que vier além disso, fere essas garantias. “A desinformação está fora da guarida da liberdade de expressão. É importante que a gente tenha isso muito claro, uma vez que atinge frontalmente outro direito fundamental que é o direito à informação”, afirma.
Rio Grande do Sul
De acordo com a última atualização da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, postada às 18h13min desta segunda, 20, 464 municípios foram afetados pelas fortes que atingem o Estado e vem causado enchentes. As pessoas afetadas somam 2.339.508, sendo que 76.188 estão abrigos, 581.633 desalojados. 157 mortes foram confirmadas e 85 pessoas estão desaparecidas.